novembro 05, 2004

Pontos na paisagem virtual (parte I)

O antropologista Ray Oldenberg escreveu sobre "os grandes bons lugares": o bar local, o café onde os membros de uma comunidade se encontram para conversas fáceis e para se imbuir de um sentimento de pertença [1]. Ele considera-os como o coração da integração social e da vitalidade de uma comunidade. Hoje em dia, o ressurgir desses lugares não tem servido como no passado, dado a comunidade se ter fragmentado em milhares de interesses paralelos. Será que no futuro haverá bares virtuais, agentes de software (bots) como criadas, bebidas virtuais, cantores míticos (rever Louis Armstrong a cantar a dez metros de toda a gente)?

O virtual e o real disponibilizam conteúdos diferentes, Porquê competir? A resistência do real perante o virtual é motivado pela múltipla capacidade de atracção deste último. Primeiro, as experiências artificiais parecem ser reais (o efeito Disneyland). Segundo, as experiências simuladas são probabilisticamente mais interessantes que as reais. Terceiro, a experiência virtual pode ser tão excitante que tendemos a acreditar que conseguimos mais do que aquilo que de facto recebemos.

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