abril 13, 2006

Um Equilibrio Flutuante (parte II)

À medida que aprendemos mais e mais sobre como decidem as pessoas, as asserções subjacentes às nossas instituições de honra e culpa, de castigo e tratamento, de educação e saúde, terão de se ajustar aos factos já que instituições e práticas baseadas em falsidades óbvias são demasiado fracas para se confiar (poucas pessoas estarão dispostas em comprometer os seus futuros num mito frágil onde elas próprias são capazes de encontrar as falhas). As nossas atitudes nestes assuntos têm gradualmente mudado ao longo dos séculos: hoje desculpabilizamos e menosprezamos casos que os nossos antepassados teriam lidado de forma muito mais dura. Estamos a progredir ou a tornar-nos moles? Para os receosos, isto soa a erosão social; para os confiantes é um sinal de um entendimento crescente. Porém, existe uma perspectiva mais neutral deste processo. Para um evolucionista assemelha-se a um equilíbrio flutuante, nunca quieto por muito tempo, um resultado relativamente estável de uma série de inovações e contra-inovações, ajustamentos e meta-ajustamentos, uma corrida às armas que gera, pelo menos, um tipo de progresso: um auto-conhecimento, uma sofisticação crescente sobre quem e o que somos, sobre o que podemos e não podemos fazer. E sobre este auto-conhecimento modelamos e remodelamos as nossas conclusões sobre o que devemos fazer.[cont.]

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