outubro 22, 2007

Epsilon [Conclusão]

[«] A execução de uma mente num computador precisaria de ser uma cópia exacta do processo biológico original? Argumentámos que, devido ao processo de tradução - porque o substrato físico onde se processa a ópera mental é distinto - essa exactidão simbólica/sub-simbólica é impossível. Teremos de falar de aproximação, de simulação (e aqui ocorre a imagem da caixa opaca referida posts atrás). Seria necessário parametrizar o algoritmo mental com valores que se aproximassem do necessário (para satisfazer o código moral da cultura em questão) de modo a que o epsilon de diferença entre o «eu de agora» e o «eu simulado» caísse dentro da tal invariante que a sociedade - e nós próprios - convencionamos ser o «eu». Por exemplo, se o processo cognitivo da simulação (sem receio da palavra) fosse mais próximo de mim, do que eu era quando tinha vinte anos, não seria isso suficiente para afirmar que eu também habitaria o ciberespaço, a partir desse momento uma matriz social preenchida por pessoas digitalizadas (ou, simplesmente, pessoas)?

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