julho 03, 2009

Rebordo

Considerar alternativas é um dos motes da inteligência. Argumentar decisões e crenças também. Na busca infinda da verdade - e nesse ideal de procura uma obtenção de sentido - colaboramos, aplicamos o que de nós é possível, oferecemos ou trocamos possibilidades, julgamos, gerimos probabilidades, factos, quase certezas. O Dr. Spleen vê neste processo (ideal, ainda assim, porque se sabe o quão ignóbeis, porque fáceis, são a estupidez e a ignorância) a virtude de uma rede, da ligação necessária entre iguais para combater o vazio gelado, o turbilhão que se encontra para lá da fronteira humana. Mas nessa rede também a ansiedade da diferença, o necessário reconhecer do abismo, desse caos sem significado, o deteriorar constante que provém de um inimigo sem olhos, sem vontade, uma maré apenas, só que imensa. Spleen não se espelha nessa rede nem sequer no infinito, que admite não ter capacidade de apreender, restando-lhe assim a fronteira. Nesse desenhar fluido, na geometria rendilhada, fractal, dessa linha, tem diariamente de encontrar espaço suficiente para estancar a dissipação, a evaporação do eu que, apesar de tudo, o define.

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